Relatar minha história, depois da conquista que alcançamos, traz de volta momentos mágicos e reforça o quão feliz eu sou! Mas, infelizmente, não foi assim desde o princípio. O trajeto até essa felicidade foi duro, cheio de lágrimas, inseguranças e incertezas. Porém, sem nunca faltar a fé e a perseverança.
Sou Michelle, tenho 31 anos e sou casada a pouco mais de seis. Vou dividir minha conquista com vocês e espero fazer com que todos acreditem em seus sonhos e nessa maravilhosa equipe da Dra. Bianca. Bom, não dá para começar minha história pela caçula Giovana sem dar uma passada pela primogênita Gabriela, que foi responsável por reforçar minha imensa vontade de ser mãe novamente.
Aos 21 anos fui diagnosticada com um cisto mesentérico. Estava tão grande que comprometeu minha trompa e ovário direitos. Foram momentos difíceis entre a retirada desse tumor e sua biópsia.
Meu médico, um grande companheiro em nossas batalhas, temia que pudesse ser maligno. Felizmente, depois de todo o período de tensão, foi constatado que não era. Mas, por tudo isso, eu achava que meu sonho de ser mãe havia ficado mais distante. Graças a Deus, eu estava enganada. Aos 24 anos descobri que estava grávida.
A notícia veio assim, de surpresa, e causou em todos nós uma grande alegria! Tive uma gravidez e, no dia 20 de janeiro de 2004, Gabriela chegou com 39 semanas. Linda, muita amada e saudável. Sentíamos-nos realizados e felizes sendo pais, tanto que quando ela completou três anos decidimos que teríamos mais um filho, que daríamos um/a irmãozinho/a ela. Que ilusão a nossa achar que decidimos algo sobre nosso destino. Nós apenas sonhamos, desejamos, mas a decisão está nas mãos de Deus, que nunca falha e não permite que caia uma folha sequer de uma árvore sem a sua permissão.
Voltamos ao médico, fizemos uns exames básicos, tudo certo (aparentemente) e estávamos “prontos’ para ter nosso bebê.
Em outubro de 2007, engravidei e já no teste de farmácia contamos a todos, inclusive a nossa filha, tamanha era a nossa felicidade. Ao fazer a 1° ultrassonografia o bebê não havia sido visualizado. Meu médico disse que poderia ser cedo e que deveria repetir a ultrassonografia e o beta em uma semana. Passamos o mês inteiro repetindo beta e ultrassonografia, o que me causava grande sofrimento porque o bebê nunca era visualizado e os níveis de hcg só aumentavam. Isso levou meu médico a acreditar numa gestação molar. Neste momento o chão nos faltou.
Não sabíamos nada sobre a mola hidatiforme e, quando nos informamos, nos assustamos.
Finalmente, saiu um laudo que concluía uma gestação não evolutiva. Fui encaminhada para uma histeroscopia cirúrgica para que fosse feita a curetagem. Neste dia fui para casa com a pior sensação possível. Dias depois chegou o laudo e, por incrível que pareça, eu e meu marido sentimos um grande alívio ao ver que não foi uma gestação molar, mas sim uma anembrionada. Naquele momento agradeci muito a Deus.
Bom, o médico considerou tudo isso uma “fatalidade” e disse que eu poderia engravidar novamente sem problemas. E assim foi. Em maio de 2008 tínhamos um positivo nas mãos, mas decidimos que só contaríamos as pessoas, principalmente a nossa filha, depois que víssemos nosso bebê. Foram dias tensos e, logo na primeira ultrassonografia, lá estava ele com seu coraçãozinho batendo. Lindo! Parecia um sonho. Saímos de lá nas nuvens. Aí sim contamos a Gabriela e nossa família. Na segunda ultrassonografia levamos a nossa filha e, para o meu total desespero, nosso bebê não tinha mais batimentos. Havia parado de se desenvolver. Mais uma vez me haviam tirado o chão.
Não conseguia entender como isso poderia acontecer já que tínhamos uma filha perfeita. Minha reação foi chorar muito, meu marido ficou ali, estático, pálido, sem saber a quem socorria. Gabriela me olhava sem entender e assustada.
No dia seguinte fui internada para curetagem. Foi um processo doloroso, não só fisicamente, mas emocionalmente também. Foi bem pior que a 1° vez.
Passamos a noite no hospital. Meu marido não saiu do meu lado um só minuto e era claro o sofrimento dele também.
Finalmente, no dia seguinte, a curetagem foi feita e quando tive alta voltei para casa com um vazio maior ainda. Tive uma reação péssima a anestesia, dormi a base de medicamentos por três noites e só estava de pé ainda por causa da Gabriela. Era dela e de Deus que vinha a minha força.
Michelle, Alex, Gabriela e Giovana